ESTRUTURA
DA NARRAÇÃO
Introdução
É
a parte do texto onde se apresentam os personagens, posicionando-os no tempo e
no espaço. Evidentemente, à medida que novos personagens vão aparecendo, uma
nova e breve descrição ou apresentação deverá ser feita. O mesmo pode acontecer
com relação ao(s) lugar(es) e o(s) cenário(s).
Existem inúmeras formas de se caracterizar o tempo e o
espaço.
Personagens
De
acordo com os objetivos e critérios do autor, os personagens podem apresentar
características bem definidas.
Com relação aos fatos a eles relacionados na história,
os personagens são classificados como protagonistas e antagonistas.
Eles podem ser tanto animados como inanimados, podem se constituir de indivíduos
ou grupos.
Desenvolvimento
e clímax
É onde se concentra a trama, o desenvolver da história.
Deve-se então, deixar claro sua posição com relação aos fatos e usa-la até o
final da narrativa. A resolução de um conflito ou resolução do mistério consiga
restabelecer e ser resolvido no fim da narrativa.
O clímax é um momento que o autor reserva para criar
um clima de suspense ou tensão dentro da história, é quando o protagonista e o
antagonista se encontram, por exemplo.
Conclusão
É a parte da história em que o problema é resolvido, é
o desfecho ou desenlace. O final pode ser positivo ou negativo, e deve ser na
medida do possível, surpreendente.
CONDUÇÃO DA NARRATIVA
Enredo
É o assunto a ser tratado na história. O quê? Por
quê? São as perguntas a serem respondidas. O sequenciamento das ações, a
evolução dos fatos no tempo e no espaço são responsáveis pela clareza e compreensão
do texto.
TEMPO E ESPAÇO NA NARRAÇÃO
Tempo
É
o tempo físico onde se desenrolam as ações. A evolução é linear e progressiva.
O autor deve dar ao leitor a noção de duração de cada etapa da narrativa.
Espaço
Lugar
onde os personagens se movimentam e a história se desenrola. Pode ser restrito
ou ilimitado, funcional ou decorativo. O espaço pode,
eventualmente, contribuir muito para o desenvolvimento da ação, na medida em
que pode na diferenciação dos personagens, como seu meio social, por exemplo.
O LOBO E O
CORDEIRO
Estava o
cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de
horrendo aspecto.
─ Que desaforo é esse de turvar a água que venho
beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes. ─ Espere que vou castigar
tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com
inocência:
─ Como posso turvar a água que o senhor vai
beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a
resposta, mas não deu o rabo a torcer.
─ Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou
falando mal de mim no ano passado.
─ Como poderia falar mal do senhor o ano
passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o
lobo insistiu:
─ Se não foi você foi seu irmão mais velho, o
que dá no mesmo.
─ Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou
filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não
venceria o pobrezinho, veio com razão de lobo faminto:
─ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu
avô!
E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.
Contra a força não há argumentos.
Monteiro Lobato
ANÁLISE DA ESTRUTURA DA NARRATIVA
1. Qual a real intenção do lobo?
2. Como reage o cordeirinho diante das calúnias
do lobo?
3. Quais as armas do lobo para se sair vitorioso?
4. Interprete o provérbio da fábula e escreva
pelo menos duas outras frases que poderiam substituí-lo.
5. Se, de acordo com o ponto de vista do lobo, o forte sempre vence, pois o mundo
é dos espertos, como seria a história contada do ponto de vista do
cordeiro?
6. Reescreva a história, criando outro ponto de
vista. Como o cordeiro poderia ganhar do lobo? Elabore então uma situação, um
diálogo e a linha moral do final, pensando na perspectiva do cordeiro.
7. Identifique a estrutura da narrativa da história
O Lobo e o cordeiro. Introdução ( PERSONAGENS, TEMPO E ESPAÇO) , desenvolvimento
e clímax, desfecho e enredo.